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sexta-feira, 10 de abril de 2009

Livro de Tradição Ordem de Hermes - Capítulo I - Relâmpagos e Serpentes

“O que liberta é o conhecimento de quem somos, no que nos tornamos;
Onde estávamos, para onde fomos arremessados, para onde nos adiantamos,
“De onde nos redimimos; o que é o nascimento, e renascimento.”
Valentinus de Alexandria

O Mago Dançante

Uma vez, havia um bruxo – um camarada bom e direito com asas nos seus pés e palavras na cabeça e o fogo do Deus queimando em seu coração. Na juventude, esse bruxo crepitava com reluzente esperança e generosidade. Ele fez amigos, construiu lares, entalhou sua própria imagem no folclore de seu povo. Ele saltitou pelas ruas, cantou canções de sabedoria e boa vontade. Ele transformou palha em ouro, e ouro em raios de sol. Ele aprendeu o nome de cada coisa sagrada, e reinou supremo por toda a terra.
Mas nosso bruxo envelheceu. O poder lhe subiu à cabeça, e tempestades acariciaram sua mente. Ele se tornou esnobe e desconfiado. Ninguém podia aproximar-se dele, e logo nosso bruxo estava sozinho.
Solidão faz coisas estranhas a um bruxo. Faz dele um louco, ainda assim o mantém são. Quando caminhava, as pegadas do nosso bruxo eram pesadas, o chão sob ele tremia e rangia. Seus inimigos – e ele tinha muitos! – aproximavam-se.
E então um dia, o bruxo tropeçou. Seus tesouros espalharam-se e seu poderoso cajado partiu-se. Sentindo sua agonia, tanto os amigos quanto os inimigos do bruxo juntaram-se ao seu redor, chutando-o, chicoteando-o, roubando seu ouro seu ouro e rindo de sua dor.
A princípio ele chorou lágrimas amargas, amaldiçoando todos que ele havia conhecido. Mas algo se rompeu dentro dele, como uma gangrena, apodrecendo tudo por dentro. Uma onda de dor atravessou o bruxo e então, em um relâmpago, esvaiu-se.
Do lugar onde havia tombado, ergueu-se novamente o bruxo, saudável e forte novamente. Com olhos em chamas, ele puniu aqueles que o roubaram. Com nobres palavras desculpou-se com aqueles que havia prejudicado, com os amigos que havia negligenciado, com os filhos que havia renegado. Deixando de lado seu cajado partido, nosso bruxo entalhou um novo em madeira fresca e suave. Com uma risada, ele começou a dançar novamente. Seus amigos se juntaram a ele. Seus inimigos fugiram.
Apesar de ter mesmo tropeçado, nosso bruxo nunca se quebrou. Como um homem doente, ele purgou. Ainda que privado de muitas riquezas, o bruxo manteve o dom que o fizera forte na juventude: o coração de ouro que o Deus lhe dara e o sábio pove polira até brilhar.
Enquanto dançava, nosso mago pegou o coração de dentro de suas vestes e o ergueu ao sol. O ouro começou a brilhar e a luz abraçou a terra. Sombras se evadiram e crianças riram. Com seu coração de ouro acima, o bruxo elevou-se ao céu. De seus calcanhares brotaram asas com as quais ele dançou pelas nuvens. Seu cabelo grisalho reluziu em dourado, e então em fogo, e então em raios de sol. O bruxo tornou-se luz e riso, um ladrão de escuridão. Em seu brilho, as crianças começaram a cantar. E sua canção transformou o mundo.
E então foi assim que o velho bolorento mago recuperou sua juventude. E desta vez ele jurou ser mais cuidado por onde – e quão pesadamente – ele caminhava.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Livro de Tradição Ordem de Hermes - Léxico

Denominações e detalhes definem a Ordem de Hermes. Ainda assim a Tradição cortou muita baboseira. Magi mais velhos ainda usam as antigas formalidades uns com os outros, mas até mesmo eles se curvam à necessidade de uma estrutura de comunicação mais rápida e simplificada.

Termos comuns

Adam Kadmon: O Homem primordial, reflexo do Divino na Humanidade. Visto como um guia à perfeição divina cativo num imperfeito corpo humano.
Arte (ou Ars): Mágica, uma Esfera ou a magia gerada por esta.
Arx Hermeticum: Simbolicamente, a estrutura da Ordem e a força de sua determinação. Literalmente “Fortaleza de Hermes”, era freqüentemente equiparada à Doissetep, diferente de Doissetep, essa fortaleza não foi destruída, simplesmente reorganizada.
Bani: “Da Casa de”; um honorífico usado extensivamente em títulos, mas caindo de uso exceto em conversas formais. Também usado para dirigir-se a membros de outras Tradições (Ária, bani Ecstasy) em situações diplomáticas. (Nota: Poucos Herméticos os nomes completos das Tradições em discursos formais; ao invés disso, bani cobre “Irmandade”, “Culto”, “Filhos de” e assim por diante – ex. “Kannagara, bani Akasha” no lugar de “Kannagara, bani Irmandade de Akasha.”)
Enochian: a linguagem dos espíritos, supostamente transmitida pelos Lordes Umbrais. Mais provavelmente uma linguagem secreta montada pelos Mestres Renascença, e então “testada” por vários sábios e incautos até todas as arestas serem podadas.
Instrumentos: Ferramentas mágicas, foci(termo que Hermético algum jamais usaria!)
Massasa: Vampiro. Termo antigo repopularizado pelas recentes dificuldades com os Tremere.
Mi’as: “Areia Movediça”; termo para política Hermética.
Pymandórfilo: termo pejorativo para um Hermético idealista.
Sancta: Aposentos privados e espaços mágicos.
Sephierah: Esferas; as 10 coroas cabalísticas, ou aspectos da Divindade na Criação. Também usado como termo para as Nove Esferas, sendo Kether a perdida Décima Esfera.
Crepúsculo: Silêncio
Asa: A Internet, chamada assim por causa das asas de Hermes.

Termos Obsoletos (Raramente usados por Herméticos modernos)

Circlus Abstrusus: O agora caído círculo interno dos Arquimagos Herméticos, rachado pela ruína de Doissetep e destruído pela Guerra de Concórdia.
Cidade de Pymander: A reluzente cidade do idealismo Hermético, a Utopia mágica guiada por Arquimagos ocultos. Considerado um ingênuo, senão absurdo, objetivo nos dias de hoje, o conceito de Pymander ainda têm seus seguidores.
Covenant: Termo antigo para Capela, ainda usado por alguns românticos da nova geração.
Domus Magnus: A “base principal” de uma Casa Hermética.
Heka: Mágica.
Mater: “Mãe”; tradicionalmente endereçado a uma mentora.
Parma Magica: “Escudo Mágico” – contramágica. Foi usado como símbolo da solidariedade Hermética, mas minado pelas recentes traições.
Pater: “Pai”; tradicionalmente endereçado a um mentor.
As: Favores ou obrigações.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Livro de Tradição Ordem de Hermes - Tema e Clima

TEMA: RENASCIDOS PARA A PERFEIÇÃO

Na arte Hermética da alquimia, substâncias inferiores em ouro; simbolicamente, a “substância inferior” é o mago e o “ouro” representa a Ascensão. Expandindo a metáfora mais além, você pode ver o objeto em questão como a própria Ordem de Hermes, esticando um pouco mais, e se torna o Conselho; esticando ainda mais, e se torna a humanidade como um todo.
Ainda assim, há um passo na alquimia que poucos se lembram: putrefação, o colapso que precede a perfeição. O sujeito da transformação literalmente se transforma em merda antes de começar a transformar-se em ouro. E mesmo não sendo muito político dizer isso em voz alta, muitos magos Herméticos começaram a ver os desastres das últimas décadas como a putrefação da Ordem – uma vil necessidade levando a um estágio mais elevado. E se isso é verdade, então o melhor ainda está por vir – para a Ordem, para as Tradições e para o mundo de forma geral. Tudo foi para o buraco, mas se dirige para as estrelas e além.
E então, como sobreviventes da Guerra da Ascensão sacodem a poeira de suas mangas e começam o duro, mas necessário trabalho de transformar merda em ouro. E já a centelha se mostra: ávidos novos recrutas, organização funcional, e um senso de propósito que faltava há gerações. Os rabugentos velhos Merlins que frearam a Ordem por tanto tempo são história, seus herdeiros procuram nas lixeiras por tesouros, e com esses segredos, já começaram a construir a Cidade de Pymander nesta turbulenta nova era... Uma cidade feita de um ouro fresco.

CLIMA: EUFORIA DESAFIADORA

Merda fede. Não é diferente para grande parte da atual geração mística, estremecida pelas falhas de seus anciões, afundada até a cintura no esgoto. Enquanto os outros podem queixar-se da injustiça de tudo isso, os sobreviventes Herméticos foram galvanizados pelos infortúnios da Ordem. A queda de Doissetep deu a eles sua oportunidade.
Por muito tempo a Arx Hermeticum – metafórica fortaleza de Hermes que fornecia uma verdadeira base de poder para seus membros – protegeu fortes e antigos feiticeiros. Jovens magos aspiraram grandeza, mas o caminho para esta elite era longo e teimoso. Sob a tutela de antigos Mestres, o progresso dentro da Ordem era medido não em anos, mas em décadas e séculos. Uma pequena, mas poderosa facção de corruptos mantinha aqueles que os desafiavam escorregando em seu próprio sangue, e o coração da Ordem foi obstruído com excesso de protocolos.
Mas agora a antiga Ordem ruiu e uma nova administração abre seu negócio na Arx Hermeticum. Os pedaços das velhas paredes simplesmente dão a seus novos residentes mais material de construção. Agora, pela primeira vez em séculos, existe espaço dentro da Ordem para movimento, para crescimento – para aprimorar a sagrada irmandade e invocar novamente o espírito de Hermes.
Atravessarão muita merda, mas esses jovens orgulhosos magos estão prontos para a tarefa.

domingo, 11 de janeiro de 2009

Livro de Tradição Ordem de Hermes - Sobreviventes há mil anos

SOBREVIVENTES HÁ MIL ANOS

Tendo concebido que nada lhe é impossível, considere-se imortal e capaz de entender todas as coisas, todas as artes, todos os aprendizados, a têmpera de todas as coisas vivas... E quando tiver entendido tudo isso de uma só vez – tempos, lugares, qualidades, quantidades – então você pode entender Deus.
Mente, no Corpus Hermeticum

Por mais de 1000 anos a Ordem de Hermes tem sido “A” Tradição mística. Os Akasha podem possuir uma irmandade mais antiga; os bruxos podem praticar Artes mais antigas; os xamãs podem datar seus caminhos até aurora do tempo. Ainda assim, são os filhos e filhas de Hermes que definem a tradição mágica ocidental , aqueles cujas sombras agigantam-se sobre todos de Aleister Crowley a Harry Potter.
Então que diabos aconteceu com eles? Na última década, enquanto outros grupos viram suas estrelas brilharem no firmamento cultural, enquanto os próprios Adormecidos abraçam a mágica de forma não vista desde a era medieval, as Casas de Hermes tremeram em suas fundações. Devastada for ataques de fora e traições internas, os orgulhosos magos da Ordem foram forçados à humildade e a aceitar generosa ajuda.
E ainda assim...
Quem contar que a Ordem está fora do jogo está muito enganado. A despeito das catástrofes os descendentes de Hermes permanecem como uma das potentes forças no mundo mágico. Como uma companhia devastada por um escândalo, a Ordem se reergueu e se reorganizou. Vistos de fora podem parecer os mesmos bruxos enfiados em seus mantos, mas há um novo coração batendo sob esses trajes – o coração de leão dos verdadeiros sobreviventes.
Pois os magi Herméticos sempre foram sobreviventes. Quando os sábios Gnósticos compuseram o Corpus Hermeticum eles se consideraram os últimos bastiões da sabedoria Egípcia, os fundadores da atual Ordem preservaram suas Artes em um mundo bárbaro; os bruxos da Convocação gabaram-se de suas linhagens nobres em um mundo girando sem controle; e agora, com a mágica enraizada na cultura pop, os Herméticos dessa Era da Retomada sabem que só sua determinação mantém os antigos segredos vivos e fortes.
Por séculos, esses magos trombetearam a tradição como a redenção da mágica. Mas foi a devoção Hermética pela tradição que causou a atual bagunça. Velhos bruxos cheirando a mofo e caminhos tortuosos quase destruíram a Ordem, e de fato destruíam seus membros mais notórios. Tradição pode, sem dúvida, ser vital, mas como os sobreviventes da Ordem aprenderam, nem todos os Velhos caminhos são necessariamente os Melhores Caminhos.
Então, o que fazem sobreviventes quando os antigos métodos falham? Mudam os métodos.
E como o sobrevivente muda os métodos permanecendo fiel às suas tradições?
Ah, isso sim é um desafio.
E ao longo de 1000 anos, enfrentar desafios é o que a Ordem de Hermes faz de melhor.

Livro de Tradição Ordem de Hermes - Introdução

INTRODUÇÃO: FÊNIX DAS CHAMAS

Juventude é a chama que incendeia o futuro. Poder é meramente o polimento de lâminas cegas.
- Mestre Porthos Fitz-Empress, The Fragile Path


ENTÃO ESTÁ FEITO
Nec pulvis.
Nec flamma.
Nec tempestas.
Nec timor.
(Não é Poeira.
Não é Chama.
Não é Tempestade.
Nem Medo.)

HOMENS NÃO FEITOS DE PÓ
Nossa fortaleza cai em ruínas.
Nossos inimigos estão em ascensão.
Nossos aliados voltam-se contra nós.
Fomos conquistados?
Nunca.

A torre é maior que a soma de suas pedras. Mesmo que algumas pedras tombem, o grande projeto permanece.
Uma torre caída pode ser reconstruída. E será. Pois nosso projeto é sólido e nosso propósito resoluto. O tempo está ao nosso lado – tempo, e a sabedoria das eras.
Carregamos triplamente o nome de Hermes: Ele que foi o deus dos mensageiros e ladrões; o Três Vezes Grande que deu forma ao Corpus Hermeticum; e o três Vezes Maior que Ele espírito Hermético que crepita ainda nos nossos dias. Todos três emprestam inspiração aos trabalhos das nossas Artes. Todos três são imortais. E todos três carregam a chama da percepção e o selo do segredo.
Hermes, em todos os aspectos, é pensamento. Velocidade. Sorte. Ardil. Ele é a verdade por trás da ilusão que leva a ainda mais ilusões. Um labirinto vivo, ele cruza o cosmos por caminhos enigmáticos demais para serem compreendidos. Como o raio da Kabbalah, Hermes voa do divino à matéria; como sua serpente, ele escala novamente à divindade. Ele é relâmpago e serpente, claridade e trapaça. Ele é ouro e é mercúrio, resplandecente mesmo nos dias mais escuros.
E ele compartilha sua luz, mesmo nos mundos mais escuros.
Para os que pensam que nos conhecem, somos barbas brancas e comedores de poeira. Envoltos em brocados e nos arrastando entre arquivos, dizem que murmuramos nossos anos em antiguidades sem sentido. Algumas vezes, essas concepções pareceram bem verdadeiras. Mas agora, das cinzas de nossos ancestrais surge uma nova Ordem Hermética – uma que incendeia o crepúsculo da era que começa a nascer.
Pois agora, mais do que nunca, vivemos na era de Hermes. Idéias percorrem a distância de mundos em segundos, desvios criam mundos de luz e fórmulas, crianças brincam com brinquedos que distorcem o tempo e o espaço, e os mais velhos projetam suas vidas ao redor desses mesmos brinquedos. E tais brinquedos imitam tão bem as ferramentas da Tecnocracia, que nossos rivais não conseguem distinguir a verdade Hermética por trás delas: conhecimento é realidade – e nenhum dos dois têm limites.
Hermes é o mestre do pensamento e da visão. Ele zomba das limitações humanas. E como ele nós driblamos os obstáculos que atrapalham os caminhos dos homens inferiores. Nós somos o vento pela fechadura. A fagulha no Sol. Cada gota do mar chama nosso nome; cada pedra sobre a Terra nos empresta sua força. Nenhuma corrente material ou mágica pode deter Hermes. E nenhuma nos retardará.
O único limite que aceitamos é a Vontade. E ninguém entende a verdadeira Vontade como nós.

Livro de Tradição Ordem de Hermes - RENEGADO

O homem não "parecia" um psicopata perigoso. Seu cabelo loiro claro já escasseava, e seu olhos castanho claros não refletia o desesperado brilho da loucura. Até mesmo seu suéter cinza, agora manchado com o sangue de pelo menos um dos seguranças, tinha um ar irremediavelmente mundano. Ele sorria fracamente quando se voltava para Augustus, afastando alguns cachos de cabelo do rosto com a mão esquerda, ainda suja de sangue.

"Pembroke", ele disse casualmente, como quem se dirige a um colega de serviço no elevador. Augustus não relaxou, não tirou a mão da Glock 17 ainda no coldre.

"Richard, está na hora de irmos", disse Augustus de igual para igual, mas com firmeza.
"Só um momento Pembroke", replicou Richard Priest, bani Flambeau, "Ainda há algumas coisas que eu quero ver antes de sair, e então ficarei mais que feliz em sair com você. Isso só vai levar mais uns cinco minutos."

Augustus lentamente sacou sua arma. Algo no tom de voz do Flambeau lhe dizia que, embora perfeitamente lúcido, ele não tinha a menor intenção de sair antes que seu serviço lá estivesse completo. Apontando a arma para baixo por enquanto, o Tytalus insiste. "Richard, é hora de sair, agora. Você não vai terminar o que veio fazer aqui. Eu não posso deixar."

Richard analisava destraidamente o amplo corredor de paredes mas pareceu abalado pela declaração de Augustus. Ele olha o outro mago, suspirando com sorriso forçado e vazio. "Eu imaginei que você diria isso. É triste também. Eu esperava que você entendesse. Ou caga ou desocupa a moita"

As palavras foram como uma ferroada em Augustus, mas ele não deixou que sua expressão o traísse. Havia dito aquelas mesmas palavras a Richard havia apenas três anos, quando este era um agradável e bondoso Bonisagus. É claro, quando ele solicitou a associação à Casa Flambeau um ano mais tarde, apenas duas semanas após o ataque Tecnocrático, eles se mostraram mais que satisfeitos em aceitar um Adepto beirando a Maestria em suas colunas.

Richard continuou, "Eu sei o que muitos companheiros na Ordem estão dizendo sobre mim depois do incidente na fábrica de compotas, e especialmente depois do blecaute, mas eu posso ver, dentro do meu coração, que é preciso ser feito. Se fosse vingança, Augustus, eu estaria caçando as famílias de Tecnocratas, não é mesmo? Eu estou apenas mostrando aos Adormecidos que as ferramentas da Tecnocracia não são mais benevolentes e confiáveis que os nossos meios, como a Ordem da Razão um dia fez parecer. Com certeza você vê a lógica nisso..."

"Mas uma usina nuclear, Richard?" Augustus murmurou entre dentes, segurando firmente a arma, "Você vai matar centenas - não, dezenas de milhares de pessoas."

"Eu sei," Richard sussurrou, parecendo doído e envergonhado, mas ainda assim resoluto. "Eu vi o que uma rajada nuclear faz com aqueles no marco zero e o que faz com aqueles pegos na zona de descida das partículas nucleares. Eu não estou orgulhoso do que eu estou fazendo Pembroke.

"Então pare de fazer," replicou Augustus, removendo a trava de segurança de sua arma.

"Sabe, Pembroke," retorquiu Richard, sem desfazer o vazio e cruel meio sorriso, "Eu me lembro de dizer quase exatamente a mesma coisa para aquele Homem de Preto, justo antes dele atirar bem no rosto da minha garotinha: Por favor, pare. Foi só o que pude pensar em dizer. É o tipo de coisas que um homem desesperado diz quando a inevitabilidade está prestes a passar como um rolo compressor e deixar seu mundo em pedaços"

"Você não pode punir os Adormecidos pelas mortes de sua mulher e filha," disparou Augustus, agora começando a lançar uma contramágica de Ars Virium mentalmente. Richard havia sido um grande estudante de Ars Potentiae, agora seu domínio na esfera fundamental da Ordem eclipsava até mesmo seu considerável conhecimento das artes Primordiais.

"Não estou punindo-os, Pembroke," disse Richard, como se explicasse o problema a uma criança. "Estou tentando ajudá-los a romper com a ilusão de conforto e segurança que estrangula a Terra. De tempos em tempos temos visto que somente o medo e a ameaça da dor têm o poder de levar os Adormecidos a mudar de perspectiva. Você concorda que temos o dever de protejê-los, Pembroke?

"É claro," replicou o Tytalus.

Richard riu amargamente. "E se você tiver que permitir a dor de milhares, para dar a milhões a força para salvarem a si mesmos? O que os seu treinamento Tytalus diz sobre eliminar a fraqueza e a sobrevivência do mais adaptado?"

"Meu treinamento?" perguntou Augustus. Ele então correspondeu o frio sorriso de Richard. "Me diz que a sua loucura é uma fraqueza dentro da nossa Ordem e que sua campanha de retaliação termina essa noite."

Naquele momento, no entanto, Augustus comete um erro. Enquanto recitava mentalmente as contramágicas de Forças, ele silenciosamente pronuncia duas sílabas de seu feitiço em voz alta. Não foi mais alto que um murmúrio, mas Augustus não tinha nenhuma dúvida que Richard havia aguçado seus sentidos misticamente para aquela empreitada. Ele sabia.

E, estranhamente, não pareceu nem um pouco precupado.

Mas Augustus sabia que Richard Priest, mesmo sendo determinado, não era arrogante. Seu controle de Ars Virium não superava o do Tytalus a ponto de poder dispersar a mágica de Augusts completamente. Mas qual era seu ângulo? Quando Richad fechou os olhos e proferiu um curto comando em Enochian sob sua respiração, selos flamejantes queimaram o ar ao seu redor, e Augustus percebeu.

O Tytalus levantou sua arma e disparou três tiros, quebrando o frasco de óleo aromático em seu casaco com a mão esquerda enquanto atirava, tecendo assim uma contramágica de Primórdio. A tentativa de Richard de queimar os padrões das balas resvala no poderoso feitiço de Augustus e dois projéteis o atingem nas coxas, enquanto o terceiro o atinge no estômago. Enquanto ele se contorce de dor, o Tytalus tece mais alguns poderosos encantamentos concentrando uma antimágica generalizada em Richard.O Flambeau olha para cima.

"Você vai me matar?"

Augustus o nocauteia com a coronha da arma, deixando-o inconsciente. "Essa é uma decisão para os Quaeritori". Ele puxa seu celular do casaco com a mão esquerda sangrando e liga para o número na discagem rápida. "Julian, está feito, Eu preciso de uma saída"

Enaquanto a distorção espacial se abre no ar, Augustus Pembroke, bani Tytalus, deixa a Usina Nuclear de Seabrook com seu prisioneiro sobre o ombro, ele não podia deixar de pensar no que fora ganho naquela noite, e no que fora perdido.